a saga de joaquim alves da rocha - 1869 - 1947

joaquim alves da rocha - 1947

a tuna cortegacense e o mestre ti Rocha - maestro A SAGA DE Joaquim Alves da Rocha

Nasceu em Paços de Brandão no ano de 1869 no lugar da Abelheira , era filho de Manuel Alves da Rocha e de Francisca de Jesus , sendo o segundo duma família de seis irmãos . Cedo incentivado pelo seu tio Francisco da Rocha , fundador da Estudantina de 1870 , deu mostras de ter um enorme potencial para a musica. Em 1885 entrou como violinista e revolucionou a tuna com a introdução de operas e operetas , as meninas dos seus olhos , tornando-se regente no ano de 1890. Joaquim Alves da Rocha era um musico dotado de uma enorme capacidade de composição ,apesar de nunca ter tido ensino musical , escrevia como se de facto tivesse tido. De 1890 a 1936 o musico tocou nas tunas brandoenses : Estudantina e Tuna Nova , fundou em 1916 a Tuna Cortegacence , foi regente da tuna de Mozelos ,Grupo Musical de Oleiros , Orfeão da Feira e , compôs mais de 50 musicas : marchas , ladainhas , canções de Natal e arranjou dezenas operas e operetas , que ainda hoje algumas tunas da região executam no seu reportório. Juntamente com Joaquim Ferreira Macedo , criou a primeira Academia de Musica da região , no ano de 1895 , que por causa desta iniciativa trouxe á localidade músicos do concelho , tornando a Estudantina uma das mais conceituadas do Século XIX . Esta relação durou até 1908, ano em que ambos se zangaram por questões politicas e musicais , sendo causadora do fim desta Tuna e uma questão que durou até ao fim das suas vidas . Em 1909 forma a Tuna Nova de Paços de Brandão , o seu ex-amigo manteve a mesma tuna, mas apelidou-a de Tuna Velha , fazendo com que a localidade tivesse duas tunas rivais , de grande qualidade , nas quais os despiques entre ambas tornaram-se inesquecíveis . Como a musica era somente lúdica , o nosso compositor dedicar-se-ia ao fabrico de boiões e pandas, que se tornou na única razão do seu sustento , mas que desgraçadamente , a paixão que nutria pela musica , fê-lo gastar tudo que ganhava em prole da sua tuna , o que lhe traria dissabores familiares. Este homem foi o maior compositor brandoense , onde constam diversos géneros : operas, sinfonias , selecções de operas ( arranjos ) , rapsódias , musicas religiosas , canções de Natal , glórias e marchas fúnebres e marchas temáticas ; nestas ultimas o nosso compositor compôs 15 marchas , ou seja , os anos em que foi director das duas tunas , denominadas de : Paços em festa . De parceria com o poeta , António dos Jerónimos , compôs algumas das mais belas rapsódias , sendo de destacar :


“ lá vai a tuna toda enjeitada
Lá vai a tuna a tocar pela calçada ,
Não há nada que empece
Nem mesmo a chuva a arrefece …
Lá vai a malta toda contente
A buliçar com os instrumentos na frente
E o voz se ouve :
Vamos todos , siga .

A TUNA NOVA É

Espelho da alma enfim ,
Que o nosso Rocha pôs a funcionar ,
Podemos dizer que é o maior ,
Que nasceu cá na terra ,
VIVA PAÇOS DE BRANDÃO

( 1909 )

Faleceu no dia 21 de Dezembro de 1947 , aos 78 anos . Apesar das escaramuças com os grandes da terra , especialmente com os da direita , foi respeitado e admirado por todos . As suas composições : rapsódias , marchas , ladainhas , perduram ainda hoje actuais e irrepreensíveis. Urge que seja lembrado pelos responsáveis da terra ,
conferindo-lhe um nome de rua ou uma placa que relembre este homem ilustre ás novas gerações .