a tuna velha em 1926

Tuna velha em 1923 com a sua melhor formação na Casa da Portela

Da Esq. para a direita , de pé na 1ª- fila : Joaquim Oliveira Pais , Francisco Coelho da Rocha , Manuel Lourenço Cardoso , Américo André Carvalho , João Marques Serra , José Gabriel , Romão Marques Serra , Adão Sá Pereira , Alfaiate Romão , Alberto Balunta , Luís Picheleiro , Dica da Rola , Dica de Lamas , Manuel Coelho Gaspar , Silva da Lapa e Joaquim Coelho da Rocha .
2ª- fila - Manuel André Carvalho , Alexandre Coelho Relvas , Américo Fernandes Leite , Carlos André Carvalho , Manuel Soares da Fonte , José Sá Rosas , Joaquim de Sá Rosas , Maximino de Oliveira Pais , Francisco J. Carvalho , Miguel da Modiga , Aires de Sousa , José Marques Serra e Martins da Ponte Nova.
3ª- fila – António de Almeida e Sousa , Nicolau de Ovar , Francisco Leite (Chico da Ferreira ), João Alves Tavares , Joaquim Ferreira Macedo , Hernâni Macedo , Eduardo da Pombalinda , José Reis , José Pinto Sá Couto , Joaquim André Carvalho e Manuel Coelho Relvas .

Numa tarde de sol radioso, no Dia da Árvore , no ido ano de 1923 a Tuna Velha executou a sua obra mestra denominada de “ Doce Colcheio “ :

E avançado colcheio
Cheio de seiva forte e de esplendor ,
Deixa cair do verde seio ,
A flor , o fruto , a sombra e o Amor …

O embate salutar entre os dois mestres , Rocha e Tavares , foram de tal inolvidáveis , que ainda permanecem como os maiores compositores de musica, tanto sacra como filarmónica , constituindo os embates de ambas tunas , momentos irrepetíveis e as funções admiráveis , tratando – se da maioria serem constituídas por músicos amadores mas excelentes executantes . Entre as duas tunas existem dois períodos distintos , onde cada uma se sobressaiu qualitativamente , ficando o período 1911 a 1923 como o período de ouro da Tuna Nova e o de 1923 a 1937 á Tuna Velha , tornando-se por isso bem distintas , onde ambos mestres deram largas á criação , onde dezenas de executantes mantiveram-se leais e fiéis aos seus grupos , as rivalidades foram extremas , a população dividida e esta localidade considerada a de maior expoente no campo musical . São ainda hoje recordados os confrontos entre ambas , tanto nas festas locais como na região , factores que tornaram tais funções , autênticos recitais de amor á musica , na qual não estão ausentes a capacidade de mobilização de : João Tavares , Joaquim Alves da Rocha , Marques Pinto , Joaquim Macedo e posteriormente com a chegada do abade Martins Alves que erradicou na localidade as Consoadas , onde aproveitou a disponibilidade deste povo , a mobilidade das duas tunas ,levando em frente a reconstrução da igreja . Ás duas tunas estão estritamente ligados : o Teatro , o Cinema , os Grupos da J.O.C , que foram grandes mobilizadores da erradicação da cultura e tradições , cujos feitos deixaram um rasto de admiração na região .
Quanto ao cinema as Tunas ligadas por linhas travessas, porque um episodio alterou tudo isto , devido ao alinhamento do fundador do cinema local , António da Pombalinda, que sendo elemento da Tuna Nova , em vez de colocar músicos desta tuna na orquestra , vendeu-se á outra tuna , criando um verdadeiro ambiente de retaliação duma parte da população e por isso alheou-se desta sala .
Apesar deste episodio a escolha foi bem pensada , porque a escolha musical recaiu no grande João Tavares , tendo como músicos na execução : Aires de Sousa , Carlos da Justina , Joaquim Macedo , Maximino da Loura , Manuel da Fonte , foram durante os anos que o cinema mudo existiu , os grandes animadores dos serões de cinema na região , tornando este recinto um dos antigos , mas que não evitou que fechasse em 1928 ou seja dois anos depois da sua fundação , onde não podem esquecidos : Manuel da Ferreira , o saudoso Porfírio na projecção , o grande Joaquim Sá Rosas na sonoplastia e o Ramiro Relvas na gestão , depois do Eduardo da Pombalinda ter erradicado o cinema sonoro em 1933 . O salão do cinema local foi o maior veiculo de dinamização , tanto do cinema como do teatro .