quarta-feira, 15 de setembro de 2010

a fundação da tuna musical brandoense 1938



Foto da tuna musical de 1938


Na 1ª- fila da esq. para direita : Américo Borda , Américo da Pega , António Coelho da Rocha , Marques Pinto e Aires de Sousa.
Na 2ª- fila - Francisco Coelho da Rocha , José Reis , Ramiro Oliveira Pais , Adão Pereira e Manuel Coelho Relvas .
Na 3ª- fila - Maximino Oliveira Pais , Jorge Sá Pereira , Carlos André Carvalho , Urbano Leite, Ângelo Marques Serra , José Marques Tarene e Joaquim Leite ( Pirolito ).
Na 4ª- fila – Bernardo , Zé Mau , Eduardo Ferreira da Silva , José Dias Marques , Joaquim Gaspar e Martins da Ponte Nova .
Na 5ª- fila - João do Mota , Mitona , Artur Marques Serra , Dica , Senhorita e Chico da Avelina .
De pé , junto aos portões - Américo de Avintes , Professor Figueiredo , Francisco Maneta , Prof.Rios , Joaquim Costa , Mano da Quinta e Sidónio.




TUNA MUSICAL BRANDOENSE - Ainda conjuntamente apareceram nas décadas 30 , 40 e 50 , antigos executantes com o vicio da musica , formaram um conjunto com elementos da Velha e Nova para tocar nos bailes para animar a mocidade e também participaram nas peças conferindo-lhes um acréscimo qualitativo e participativo , onde sobressaíam ( Marques Pinto ,Carlos da Justina , Adão do Mota , Jorge Malícia , António do Chico, João do Mota ) , o conjunto musical da Aldeia ( com Aires de Sousa , Joaquim Pais , Hernâni Macedo e Joaquim Gaspar ) e a Orquestra da Sobreira constituída pela família de Joaquim Marques Pinto e seus filhos : Joaquim , Benvinda , Afonso e Lino . Ligados ao teatro estas manifestações constituíram o melhor período cultural desta localidade , ainda hoje causadoras da maior admiração nas gerações mais novas .
Infelizmente os tempos mudaram e na década de 30 , ambas as tunas acabaram , estando a nossa terra sem tunas durante dois anos , aparecendo em 1939 a Tuna Musical Brandoense , com a junção de músicos das tunas anteriores , acabando de vez com a divisão e facções litigiosas na terra .

Este tipo de grupos musicais apareceram na década de 30 com a decadência das tunas existentes… A Tuna Nova terminaria em 1936 e a Tuna Velha em 1937 , e se havia rivalidade entre ambas , com o fim destas os músicos juntar-se-iam e formaram varias charangas que animavam as tardes de domingo …

Em 1937 a localidade ficou sem tunas. Apesar das duas tunas terem atingido um nível apreciável, acabaram por sucumbir , por divergências entre os vários componentes , por falta de cumprimento do dever de cada um, por faltas aos ensaios e espírito de companheirismo que acabou por também levar os mais cumpridores e assíduos ao desalento . Alguns saudosistas de ambas olvidaram esforços para que se levantassem de novo as tunas de outrora , mas os tempos já não eram de muito entusiasmo entre os locais , por tudo isto só a boa vontade de alguns antigos executantes poderia vingar o ressurgimento duma outra tuna .
No verão de 1938 , o Zé do Gina (o Ferroviário) , promoveu uma excursão de comboio a Aveiro e depois a pé em direcção á Ria de Aveiro . Para animar o passeio o mesmo reuniu diversos músicos que tinham pertencido ás tunas extintas, pediram a Marques Pinto que dirigisse os ensaios que se efectuavam no Café Carioca , ensaiando algumas marchas da tuna Velha . O que parecia impossível de concretizar ou seja , a junção de tocadores rivais , aligeirou a ideia de formação de uma nova tuna . Por iniciativa do padre Manuel do Choco e do professor Figueiredo , os músicos juntaram-se por altura do Natal para as festas ao Menino , constituindo um enorme sucesso e daí á formação duma nova tuna foi um passo : o maestro Manuel da Fonte compôs uma Missa Nova e o reportório das antigas tunas fizeram o resto , tendo como verdadeiros entusiastas : Aires de Sousa e Marques Pinto , que após uma assembleia no Salão do Cinema denominou-se a nova tuna como : Tuna Musical Brandoense . Após o fim das festas do Menino , os músicos que fizeram a festa tiraram uma fotografia na antiga escadaria da igreja local .
A partir de então a tuna começou a ser reforçada com a entrada de mais músicos , os padres: Padre Moreira , Padre Martins Alves e Padre Rocha ,foram grandes entusiastas e sempre colaboraram com ela, servindo-se desta para abrilhantar as Missas em latim , onde dezenas de bons cantantes deliciaram quem teve o privilégio de assistir . Os ensaios começaram na antiga Loja do Sá Reis no Arraial , sendo o Manuel da Fonte o ensaiador que se manteve por cá alguns anos de 1939 a 1942, compondo algumas rapsódias e missas novas para os padres conterrâneos : Padre Antero e Padre Correia ,ficando esta a cargo do Marques Pinto de 1942 a 1945 ,seguindo-se o trompetista Alírio Marques em 1948 onde chegou no lugar da Estação a ensinar musica mas acabou por desistir e faleceu de albumina em 1949 , o Maestro Oliveira esteve varias vezes como regente alternando entre 1940 a 1951 , o João Tavares foi regente entre 1946 e 1948 , falecendo pouco depois em 1949 ,oferecendo mesmo assim a esta tuna 3 marchas e duas rapsódias , dando-se a chegada do Prof. Ramón que atravessou quase a década de 50 de 1952 a 1958 , para ser substituído pelo Sargento Sousa que por cá ficou até 1965 , constituindo o ultimo compositor das tunas , onde legou como testemunho seis composições de sua autoria . Com o fim do futebol nos anos 40 com a extinção dos dois clubes locais , o entusiasmo voltou de novo ás lides musicais onde não podem ser retiradas as afoitezas de dois padres , Moreira e Rocha , que foram uns enormes entusiastas , sendo inclusive oferecido um salão para ensaios e como ponto de encontro no antigo salão paroquial que ajudou em muito na consolidação . Um dos maiores entusiastas desse período foi sem duvida o de Joaquim Marques Pinto , que sendo presidente da junta entre 1948 e 1952 , deu uma ajuda preponderante , tanto financeira como musical , sendo da sua acção a remodelação desse espaço , no qual tornou-o como ponto de referencia nesta terra , onde velhos e novos tocadores conviviam e ganhavam gosto pelo bichinho da musica . É de assinalar que do seu clã saíram 3 músicos para as tunas : Afonso , Joaquim e Lino , todos por ele ensinados , que durante alguns anos foram elementos entusiastas e a família Trovisco foi a grande trave mestra desta associação.

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